Crianças e adolescentes são as principais vítimas de agressões por morcegos |
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) já tem os primeiros resultados positivos do Projeto para Detecção e Titulação de Anticorpos Neutralizantes (AcN) do Vírus da Raiva, que vem sendo realizado há dois anos em 67 localidades ribeirinhas, ao longo do Rio Pacajá, no município de Portel, no Arquipélago do Marajó.
O objetivo do projeto é avaliar a ação de vacinação na população ribeirinha, residente em área de risco de transmissão da raiva por morcego hematófago no bioma amazônico, como medida de saúde pública.
O protocolo estabelecido para a realização da vacinação apresentou resultados superiores ao esperado, alcançando proporção de 61,4% da população vacinada com o desenvolvimento de anticorpos considerados protetores um ano após a vacinação.
Segundo a coordenadora estadual de Zoonoses, Elke de Abreu, o projeto visa a possibilitar a diminuição no esquema de profilaxia antirrábica, passando de quatro doses na pré-exposição (PrEP) para apenas duas doses, o que é muito importante para a região amazônica, considerando as distâncias geográficas e as dificuldades de acesso que as autoridades sanitárias enfrentam para alcançar essas populações. “Além disso, o Programa Nacional de Imunizações já está estudando a possibilidade de incluir essa vacina no Calendário Básico de Vacinação para a população ribeirinha”, informou.
Atividades - A área de Portel foi escolhida pela similaridade ecológica e de características da população local com a região do Rio Laguna, no município de Melgaço (também no Marajó), onde ocorreu, em 2018, o último surto de raiva humana transmitida por morcegos hematófagos no Pará.
A ação vem sendo realizada desde 2019 pelo Departamento de Controle de Endemias, por meio da Coordenação Estadual de Zoonoses, em conjunto com o 8º Centro Regional de Saúde, Secretarias Municipais de Saúde de Portel e Melgaço, Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e Instituto Pasteur.
O projeto consiste na aplicação de duas doses de 0,1 mL de vacina antirrábica humana em indivíduos a partir dos três anos de idade, com intervalo de sete dias entre as duas doses. A vacina via intradérmica é aplicada no antebraço, para que seja de fácil recordação e identificação para a população que recebe a vacina e para os agentes de saúde locais.
Fonte: AGPA
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