Técnico instala armadilha para a captura do inseto conhecido como barbeiro, causador da doença de Chagas |
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) realizou de 13 a 22 de setembro, no município de Muaná, no Arquipélago do Marajó, a captura de triatomíneos (inseto conhecido por barbeiro) no meio ambiente e em residências de moradores de três localidades. A ação foi motivada pela queixa da população sobre a presença desses insetos dentro das casas, incluindo relatos de picadas nos moradores.
O objetivo do trabalho é localizar os barbeiros e depois saber se estão infectados com o protozoário Trypanosoma cruzi, que causa a doença de Chagas. Todo o trabalho foi desenvolvido pelas equipes da Coordenação Estadual de Entomologia, do Departamento de Controle de Endemias, e do 7º Centro Regional de Saúde (CRS), especificamente em localidades das ilhas Jararaca, Goiabal e Santarém.
Segundo a coordenadora estadual de Entomologia, Bárbara Almeida, a ação é uma importante ferramenta de vigilância entomológica para identificar possíveis focos de colonização na região amazônica. “Nessa ação ficou evidente que o ambiente visitado está propício à invasão desses insetos, pois as casas estão inseridas em ambiente de mata”, informou a coordenadora.
Risco no açaí - Todas as famílias visitadas tinham em casa batedeiras de açaí, havendo, portanto, o risco de contaminação pela ingestão do fruto. “Como a presença do inseto é grande, além do risco de transmissão vetorial há o risco da transmissão oral, já que os barbeiros podem contaminar o fruto ou ser triturados na máquina junto com o açaí”, explicou Bárbara Almeida.
Durante a ação foram realizadas atividades de Educação em Saúde para orientar as comunidades. Para evitar a contaminação oral, a equipe recomendou que as batedeiras de açaí fossem higienizadas e acondicionadas, para evitar a transmissão vetorial, e que os moradores usem mosquiteiros para uma proteção mais eficaz, uma vez que funcionam como barreira física entre o barbeiro e a pessoa, principalmente em regiões visitadas em Muaná.Bárbara Almeida ressaltou ser imprescindível que o município estabeleça uma equipe de entomologia municipal, para realizar as investigações que estão sendo recorrentes. “Os processos de investigação precisam ser contínuos e intersetoriais (vigilância entomológica, epidemiológica, sanitária e ambiental), haja vista que é necessária uma visão ampla sobre os riscos que a população corre frente à endemia”, acrescentou a coordenadora.
Fonte: Agência Pará
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