sábado, 18 de junho de 2011

DEMOCRATIZANDO CIÊNCIA E CULTURA AO POVO MARAJOARA

Imagine você acordar todos os dias às 4h da manhã para vender tapioquinha na balsa, às 7h ir à aula, à tarde estudar e à noite ainda ter que preparar a venda para o próximo dia. Essa é a realidade da estudante Fernanda Avelar, 20, moradora do município de Salvaterra. Sua rotina não é muito diferente da maioria dos jovens da localidade. E foi com o objetivo de mostrar novas experiências e levar conhecimentos científicos na prática para estimular o interesse desses estudantes pela ciência, que a Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia (Sedect) realizou nos dias 09 e 10 de junho a Mostra Clara Pandolfo de Ciência e Cultura em Salvaterra.

O evento aconteceu na Escola de Educação Tecnológica do Pará (EETEPA) e reuniu mais de 500 pessoas, entre jovens, crianças, professores e moradores do município. A Escola foi a principal parceira do evento e por meio do seu direitor, Antonio Assis, contribuiu na logística, infraestrutura e programação da Mostra. Mesmo com dificuldades de locomoção, tendo que pegar balsa para ir e vir, cerca de cinco turmas de duas escolas de Soure também participaram do evento que ofereceu atividades diversificadas para atender todos os perfis do público.
Durante a abertura do evento, o Diretor do Campus da Universidade Estadual do Pará (UEPA), Benedito Cruz, agradeceu à Sedect por apostar na educação e no desenvolvimento do município e disse que a Mostra traz novas perspectivas para a localidade. “A ciência pode mudar vidas e transformar realidades e isso pode ser um salto para colocar o Marajó em uma melhor posição na Região”, completou.
A programação foi intensa e contou com diversas atividades. Para os alunos do ensino fundamental foram oferecidas oficinas e exposições onde eles puderam saber como funciona o efeito estufa, ter contato com um telescópio, aprenderam sobre as diferentes fases da lua e como confeccionar uma câmara escura artesanalmente, dentre outras atividades.

Já os estudantes de ensino médio puderam conferir palestras e mini-cursos sobre propriedade intelectual e patentes, prostituição e reaproveitamento do lixo. Além disso, puderam produzir sabão ecológico, construíram um jardim em forma de espiral na própria ETERPA e aprenderam algumas teorias da física por meio da produção e lançamento de um foguete feito com garrafa pet. “Participei de uma atividade onde aprendi a confeccionar um produto e poderei vendê-lo e assim obter uma renda extra para ajudar minha família”, comenta João Carlos, morador do município.
Inclusão – No segundo dia do evento, um portador de necessidades visuais visitou a Mostra e mesmo sem atividades específicas voltadas para esse tipo de público, as equipes adaptaram suas exposições para que o estudante pudesse absorver os conhecimentos que estavam sendo disponibilizados. “Foi uma surpresa para nós. Não estávamos preparados. Mas rapidamente adaptamos nossa atividade e linguagem para que ele não deixasse de visitar a exposição”, conta a estudante Márcia Ferreira.

A Mostra Clara Pandolfo é uma maneira de estimular a indagação e a reflexão dos estudantes para adquirirem gosto pela ciência, além de ser um apoio para os professores mostrarem a eles de forma prática tudo o que é repassado em sala de aula. “Devido à falta de tecnologia dentro da sala de aula, a gente acaba utilizando somente o quadro e a imaginação. Eu trabalho com as disciplinas de matemática e física, então se tivéssemos acesso as novas tecnologias, facilitaria muito o ensino para eles”, relata Hugo pena, professor da escola Stella Mares, de Soure.

Fonte: Ag. Pará de Notícias





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