O carioca Luis Cláudio Coimbra, conhecido como Lui Coimbra, além de tocar vários instrumentos de cordas, revela-se um cantor e compositor de grande talento. Quem já assistiu ao show de Lui sabe que moço faz “milagre” no palco.
Em 1997, o artista iniciou a carreira solo em um show realizado no Teatro do Centro Cultural Itaú (SP), com o lançamento do CD “Ouro e Sol”, resultado de uma parceria com vários amigos músicos.
Fez também parte dos grupos Aquarela Carioca e Religare, e da Orquestra Popular de Câmara.
Em entrevista, Lui conta como descobriu sua vocação artística, revela parcerias, comenta a cena musical independente e dá dicas interessantes pra quem aprecia a música brasileira.
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Entrevista Relâmpago
Música. Início:
Aos dez anos ganhei um violão do meu pai e descobri essa paixão pela música, tocava no colégio, meio autodidata. Aos dezoito anos tive uma base teórica, tranquei a matrícula na faculdade de agronomia e fui tocar violoncelo; quando percebi estava tocando com Caetano Veloso, Aquarela Carioca, Vagner Tiso, Zeca Baleiro, Ana Carolina e fazendo turnê pela Europa.
Disco solo:
Sempre quis mostrar esse lado de interprete, no momento estava maduro pra cantar e encarar esse lado, e fui aos poucos fazendo o disco com parceiros entre uma turnê e outra. Sou muito detalhista e queria trazer coisas que pareciam estar distantes, a popularidade brasileira das cantigas. O disco ficou pronto em quatro anos.
O nome do CD:
“Ouro e Sol” é uma busca pela riqueza possível, pelo prazer puro, colorido e dourado como o Sol. É também o nome da versão que fiz com Zeca Baleiro para a canção “Fildes of Gold” de Sting.
Instrumentista:
Toco Cello, Rabeca (que ganhei de Alceu Valença), charango (um instrumento Inca), guitarra portuguesa, violão, teclado... Os instrumentos se adaptam as nossas afinações, interesses e necessidades.
Ídolos:
Naná Vasconcelos, Hermeto Pascoal, Ceumar, Milton Nascimento, Gil, Caetano, Chico César, Zeca Baleiro, tem muitos... Esses artistas são ‘a alma’ da música brasileira.
Processo de composição musical:
Às vezes acordo com uma música na cabeça, mas depende muito do estar disponível para captar o que já está à disposição, as coisas estão aí, basta sintonizar e isso é uma questão de exercitar.
Projeto Pixinguinha com a Mônica Salmaso:
Foi muito gratificante, a Mônica é ótima e tocamos com músicos maravilhosos. Percorremos oito cidades. Me emocionei quando chegamos a Belém e fomos à rádio Cultura e soube que minha música estava em primeiro lugar e “sem jabá”, ainda existem espaços que dão oportunidade pra música que o povo quer ouvir.
Cena musical brasileira:
Estamos num momento muito criativo da MPB. Tem a cena independente que é um caminho, o músico está se tornando um empresário da sua arte, a internet ajuda bastante.
Mensagem da sua obra:
Uma mensagem otimista de quem acredita na nobreza da música brasileira, além da parte espiritual que está sempre presente em mim e precisa ser reverenciada.
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