segunda-feira, 25 de março de 2019

PARÁ: PESCADORES SÃO VITIMAS DE FRAUDE NO SEGURO-DEFESO


Em 30 anos de trabalho como pescador, Manuel de Jesus Ferreira Bailão, 44 anos, nunca havia vivido uma situação como aquela. No dia 10 de outubro de 2017, ao chegar a uma agência da Caixa Econômica Federal (CEF), no município de Abaetetuba, para receber o valor referente ao seu Seguro Desemprego do Pescador Artesanal (SDPA), conhecido como seguro Defeso, descobriu que o dinheiro já havia sido sacado por outra pessoa. "Naquela noite eu não consegui dormir. Eu sentia um calor dentro da minha cabeça. Senti um desespero completo", recorda.
Moradores da ilha Sirituba, em Abaetetuba, Manuel e Maria Lindalva Ferreira Bailão, 38 anos, sua esposa e também pescadora, foram alvos de um tipo de fraude que vitimou pescadores artesanais no Estado do Pará nos últimos anos. Somente na região do Baixo Tocantins foram registradas, entre 2017 e 2018, mais de duas mil ações na Justiça Federal que relatam a mesma ocorrência: o saque indevido do seguro Defeso. Em todo o Pará, também nos últimos dois anos, 205 mil seguros foram liberados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Maria Lindalva, ao ser informada que seu seguro havia sido retirado por outra pessoa, registrou imediatamente um Boletim de Ocorrência (B.O), na delegacia, contra a Caixa Econômica. Descobriu pelo banco, depois, que o saque foi feito em Belém. Naquele dia, começou a saga em busca de seus direitos, que ainda não teve fim.

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