Em três páginas de depoimento na Polícia Civil, assim como as três folhas de papel que a vítima usou para denunciar os estupros, o homem de 38 anos acusado de abusar e engravidar a própria filha relatou como aconteciam as relações sexuais que ocorreram ao longo de seis anos, até a jovem, atualmente com 18 anos, escrever uma carta e denunciar o pai agressor.
O homem foi preso na segunda-feira (30) na vila rural de Tracajatuba, em Tartarugalzinho, a 203 quilômetros de Macapá. Ele usava um nome falso e trabalhava como caseiro numa propriedade, mesmo local em que vivia com a vítima e a filha que tiveram juntos, hoje com dois anos.
A prisão foi feita por uma equipe comandada pela delegada Luíza Maia, da 2ª DP do município de Santana, para onde foi enviada a carta. Ele foi trazido para a cidade, ouvido e, em seguida, encaminhado ao Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), em Macapá. A jovem e a criança estão num abrigo, também na capital.
Nas páginas do depoimento à polícia, ele confessou que vivia uma relação de marido e mulher com a filha e que os abusos iniciaram em 2012. Quando perguntado sobre o que motivou ao sexo forçado, respondeu: "sinceramente, não sei dizer a razão", diz trecho do documento.
O homem estava foragido desde 2014, quando foi acusado pela esposa de estar abusando das duas filhas do casal menores de idade. Ao saber do mandado, fugiu e passou a viver com um nome falso, retirado de uma carteira de motorista que encontrou no lixão e colou sua foto em cima.
A delegada também informou que, em depoimento, a jovem disse que o pai a molestava desde os 13 anos. Ela detalhou ainda que, em 2014, foi ameaçada por ele e, com medo, acabou negando o estupro, confirmado pela irmã mais nova. A mãe teria ficado com raiva e abandonado a filha, que passou a morar em um abrigo, na capital. Meses depois, ela voltou a viver com o pai e os abusos continuaram.
"Ela ficou grávida quando eles moravam no Porto Grande. Daí ela teve o bebê com o nome falso que ele arrumou na maternidade e eles foram para o Tracajatuba", detalhou a delegada Luiza Maia.
A jovem também contou que a criança não foi registrada, e que ela teve o bebê na maternidade Mãe Luzia, em Macapá, mas o pai teria apresentado documentos falsos no hospital, incluindo registro de nascimento e cartão do SUS.
“Com medo, ela continuou se submetendo a essa condição. Enviei minha equipe de investigação até a localidade, cumpri o mandado judicial que estava aberto e que consta, inclusive, no Sistema Nacional de Mandados. Solicitei apoio do Conselho Tutelar e de um abrigo em Macapá, onde ela será assistida, junto com a filha, em busca de resgatar a sua dignidade”, disse Luíza Maia após a prisão.
Fonte: G1/Roma News
Nenhum comentário:
Postar um comentário