"Não basta vigiar os bandidos, há de ficar de olho nos mocinhos"
Extraído do blog do Marcos Pontes
Se ele tiver uma postura radical irá entregar as provas que tem em casa voluntariamente para que a polícia apure o comprometimento do irmão, mesmo que isto leve à prisão e condenação do familiar,ou colocar-se-á contra a polícia, contra a justiça, em defesa intransigente do irmão. Se for um sectário, negará todas as evidências, mesmo que toda a argumentação legal demonstre que há envolvimento direto do irmão na ação delituosa.
O radical não transige, o sectário também não. O primeiro por ideologia, o segundo por negar-se a ver a verdade. O sectário não consegue ver nada além daquilo em que quer acreditar, enquanto que o radical, mesmo admitindo os fatos, por compromisso com uma causa, uma pessoa ou os próprios interesses, seja de que ordem forem, não dá o braço a torcer, cria argumentos, distorce os fatos e a verdade.
Um bom cidadão é o que tem compromisso precípuo com a honestidade, a probidade administrativa, a intransigência com o que for ilegal ou imoral, com o que seja prejudicial à coletividade e a favor de pequenos grupos ou indivíduos.
Durante uma campanha política, assumimos um lado. Infelizmente, no Brasil procuramos candidatos e não partidos, que se transformaram e sacos de gatos ideológicos e fisiológicos e não defensores de uma idéia e ideais comuns. Assumimos, via de regra, a postura de torcedores de futebol que não consegue ver méritos no adversário (talvez porque eles não tenham) e nem defeitos em nossos escolhidos. Nos tornamos sectários, cegos pela vontade de vencer, como se a vitória de um dos engravatados fosse sinônimo de vitória popular.
Ainda se justifica esta cegueira quando ela aparece pela vontade de mudar o que tem se mostrado imutável nesses 122 anos de República, mas sua continuidade não é benéfica.
Si hay gobierno, soy en contra, pero sin ser un anarquista. Ultimamente quem é conservador e de direita, além da obrigação moral de colocar-se contra o lixo esquerdista que nos governa e seus satélites emporcalhados, temos que vigiar sem sossego aqueles que deveriam estar fazendo oposição, mas só atuam assim até a primeira bifurcação eleitoral, quando os partidos situacionistas e pseudo-oposicionistas se encontram e as coligações e interesses bianuais se confundem. Fechar os olhos às manobras imorais da oposição não é favorecer a democracia e nem trabalhar pelo fim dos desmandos contra toda uma população que pagas a esmola dos pobres, o enriquecimento dos ricos e os desvios dos mandatários.
Que se seja radical na luta diária contra essa malta desleal, mas, jamais, sectário na defesa daqueles de quem esperávamos uma postura combativa e que se mostraram venais e insensíveis às vontades de melhoria de cada cidadão que constrói esse país fora das fileiras partidárias.
Fonte: http://s-e-2.blogspot.com/2012/01/sectarios-e-radicais.html
©Marcos Pontes
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